Sunday, January 10, 2016

O tempo passa pela janela



O tempo passa pela janela

Pela janela vejo o pássaro passar, voando no azul do céu. De repente me lembro de como o tempo também passa. Passa rápido, mais rápido do que quero pensar. Dizem que ele apaga tudo. Apaga? Talvez sim, mas as cicatrizes ficam. Que se danem as cicatrizes, só sei que estou de passagem. Sou assim, como todos, um passageiro com passagem de ida, sem volta. Passo por tempestades, por bonança, por todas as coisas pelas quais tenho de passar. Depois, quando a vida terminar, o tempo para de passar? A eternidade é isso? O tempo parado, estagnado na imensidão de nós mesmos? Mas como é “não passar”? Não existe isso, como não existe um começar. Se existisse, o que estaria se passando antes disso? A existência deve ser, sim, um começo que começa no fim daquilo que ela mesmo começou. Um círculo absurdo, sem pontas, rodopiando, alucinado, sem propósito, sem fim?
Ainda bem que o final de semana está chegando. O tempo vai passar rápido, e vai ter feijoada. Vai ser tão bom, que nem vou ver o tempo passar. Na segunda, então, vou olhar de novo pela janela. E ver se o pássaro passa de novo pelo azul do céu. Se ele passar, é porque o tempo continua passando como devia passar. Apenas queria que ele não fosse tão veloz assim ...


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