O
tempo passa pela janela
Pela janela vejo o pássaro passar,
voando no azul do céu. De repente me lembro de como o tempo também passa. Passa
rápido, mais rápido do que quero pensar. Dizem que ele apaga tudo. Apaga?
Talvez sim, mas as cicatrizes ficam. Que se danem as cicatrizes, só sei que
estou de passagem. Sou assim, como todos, um passageiro com passagem de ida,
sem volta. Passo por tempestades, por bonança, por todas as coisas pelas quais
tenho de passar. Depois, quando a vida terminar, o tempo para de passar? A
eternidade é isso? O tempo parado, estagnado na imensidão de nós mesmos? Mas
como é “não passar”? Não existe isso, como não existe um começar. Se existisse,
o que estaria se passando antes disso? A existência deve ser, sim, um começo
que começa no fim daquilo que ela mesmo começou. Um círculo absurdo, sem
pontas, rodopiando, alucinado, sem propósito, sem fim?
Ainda bem que o final de semana está
chegando. O tempo vai passar rápido, e vai ter feijoada. Vai ser tão bom, que
nem vou ver o tempo passar. Na segunda, então, vou olhar de novo pela janela. E
ver se o pássaro passa de novo pelo azul do céu. Se ele passar, é porque o
tempo continua passando como devia passar. Apenas queria que ele não fosse tão
veloz assim ...
<><><><><><><><><><><><><>
Lançamento no Clube de Autores: Insólito
Lançamento no Clube de Autores: Insólito
Para comprar no Brasil ( impresso ou e book) clique:
Para comprar nos Estados Unidos clique
No comments:
Post a Comment