Saturday, January 2, 2016

Morte certa

Morte certa


Certamente a morte é certa, disto estão todos certos. Certas mortes, porém, são mais certas do que outras. Pessoas que dirigem bêbadas ou que moram em favelas, têm mais certeza da morte do que os outros. Com certeza a morte de quem tem uma doença terminal é a mais certa de todas e, por certo, mais certa do que  uma morte acidental. É por isso que lhe dão o nome de “terminal”. Claro que poderíamos chamá-la de "doença mortal”, mas nesse caso, um eufemismo até que vai bem. Por falar em figuras de linguagem, tenho certo para mim que a “Morte de um caixeiro viajante”, de Arthur Miller, não foi tão certa assim, uma vez que é pura obra de ficção. 
Além de certa, ela é relativa. Uma pessoa bem nova pode morrer no dia seguinte e um senhor de 60 anos ou mais, pode ter trinta anos pela frente. E convenhamos, trinta anos para quem já viveu 60, está bom demais. É uma eternidade. Gosto disso (tenho motivos, pois já passei dos 60). Assim, imitando o poeta, posso enfim garantir que o que sobra de tempo antes de morrermos, qualquer que seja, é uma eternidade. Pelo menos vai ser uma eternidade enquanto durar.

 Lançamento no Clube de Autores:  Insólito 

Para comprar no Brasil ( impresso ou e book) clique: 


Para comprar nos Estados Unidos clique

No comments:

Post a Comment